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Entrevista exclusiva com o escritor e contador de histórias - Almir Mota, CE

Foi uma grande experiência para mim conhecer o escritor e contador de histórias Almir Mota, um cearense bem chegado, prosador, e grande incentivador da nossa atividade pelo Brasil. Bem-vindo, amigo! Diga lá... 

 

Escritor de literatura infantil com 16 livros publicados, editor da Casa da Prosa, coordenador Geral da Feira do Livro Infantil de Fortaleza e ganhador do II Concurso Literatura para todos (MEC - Ministério da Educação)

 

Jiddu Saldanha – O Cearense é considerado um contador de histórias nato, a que você atribui este forte traço cultural?

Almir Mota - Na minha família, principalmente por parte do meu pai, todos adoram contar um bom causo. Era sempre assim quando eu era menino, pelos seis anos de idade ouvia muito minha Avó, a Dona Canela (canela aqui é aquela planta que se faz chá). Ela contava todo tipo de histórias, rimadas ou não. Então, acredito que assim como eu, muitos outros cearenses ouviram histórias na infância.

 

JS – Como foi que a arte de contar histórias surgiu na sua vida?

AM - Como contador de histórias foi há uns 16 anos quando estava lançando o meu primeiro livro infantil, O Cavalinho Amarelo. Daí pra cá fui só melhorando o repertório de histórias e criando as minhas próprias.

JS – O que a arte de contar histórias acrescenta na vida das pessoas em geral?

AM - Muita imaginação, eu acredito. Mas também oferece a chance de conhecer mais daquilo que está nas pessoas. Pois os contadores são esta espécie de gente-livro que vive se mostrando para o mundo.

 

JS – Que tipo de “talento especial” é necessário, na tua opinião, para ser um contador de histórias?

AM - Precisa aprender a ouvir, isto já um começo. Considero-me um bom ouvinte.

 

JS – Você acha que, no Brasil, já existe o reconhecimento do profissional contador de histórias? Qual o impacto disso, na tua opinião?

AM - Infelizmente ainda não temos, mas o contador de histórias como profissional já é citado até na lei do magistério. Precisamos nos unir mais. O Conta Brasil (Instituto de Contadores de Histórias do Brasil) pode ser uma boa ferramenta de luta junto ao congresso nacional para conquistas e melhorias para classe.

 

JS – Quem são os artistas desta área que você costuma apreciar?

AM - Vixe! São muitos, meu filho. Meus amigos todos contadores. Mas aqui no Ceará tem uns velhos de setenta e lá vai pedradas que contam divinamente. Nós descobrimos no projeto da Júlia Barros, o “Lamparina de histórias”, entre eles temos seu Manuel Silvestre, da cidade de Aquiraz.

 

 

 

 

JS – O que você recomenda para os jovens que querem se dedicar à arte de contar histórias?

AM - Escutem os mais velhos. Ouçam a voz, o gesto e o olhar de quem carrega as histórias por toda a sua vida. Leiam bastante, o bom narrador precisa saber o que está contando para as pessoas.

 

JS – Quem é Almir Mota por Almir Mota?

AM - Um cearense esperto que nem mineiro, apressado feito paulista, manso como carioca e batalhador como todo brasileiro.

 

Fonte: Blog Mestres Narradores

 

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